Mais
que emoção, que divertimento a maior festa já realizada em
Bombinhas, deixa um legado cultural sem precedentes na história.
A
maior Festa da Cultura Açoriana das Américas, realizada entre os
dias 2 e 4 de outubro, reuniu milhares de pessoas em Bombinhas, entre
comunidade local, do litoral catarinense, visitantes de vários
estados brasileiros, Uruguai e muitos além-mar. A abertura reuniu a
perfeita Paulinha, o vice-prefeito Paulinho, os organizadores do
acontecimento Joi Cletison do Núcleo de Estudos Açorianos – Nea,
da Universidade Federal de Santa Catarina, e Nívea Maria da Silva
Bücker da Fundação Municipal de Cultura, representantes do
legislativo municipal e das instituições da Comissão que
participou da coordenação: Rosane Luchtenber do Instituto Boimamão,
Vera Eli Pereira Pires do grupo Folclórico Mixtura, Fernanda Nadir
da Silva da Associação Cultural Zé Amândio e Miriam Vaccarelli do
Conselho Municipal de Políticas Culturais. Ainda somaram as
autoridades os amigos e parceiros do Arquipélago dos Açores: José
Armindo Gonçalves, Fernando Goulart, Suzana Moura, Conceição Melo
Cabral e Maria Orísia Melo.
Durante
os três dias desfilaram pelos dois palcos, simultaneamente, Vendas
de Bombinhas e Domingueira, mais de 70 grupos em suas mais diversas
manifestações: Boi de Mamão, Dança Açoriana, Terno de Reis,
Ratoeira, contação de histórias direto dos Açores com Suzana
Moura, lançamento dos livros das escritoras Conceição Melo Cabral
e Maria Orísia Melo, lançamento do documentário sobre o 21º Açor
em Florianópolis em 2014, da cineasta Tatiana Kviatkoski, solo do
músico açoriano Fernando Goulart e do músico portobelense Bruno
Kohl, e shows com as bandas: Cantadores de Engenho de Bombinhas,
Nilêra de Florianópolis, Tarrafa Elétrica de Itajaí e Sarau
Afro-Açoriano de Porto Belo/Bombinhas.
As
apresentações, todas preparadas e ensaiadas com muito carinho para
o 22 º Açor, contaram com grupos representantes de 40 cidades do
litoral catarinense, Curitiba e Uruguai. De Bombinhas, além do
tradicional grupo folclórico Mixtura, pisaram aqueles palcos
sagrados os grupos da Fundação de Cultura: de dança açoriana Roda
de Eira, de Boi de Mamão Eira meu Boi, Coral Municipal de Bombinhas
e As Borboletinhas. E abrilhantaram, ainda mais, o acontecimento a
participação do Terno de Reis Estrela do Oriente do Morrinhos, Boi
de Mamão Tradição do Canto Grande, Grupo Folclórico da Terceira
Idade Novo Horizonte e diversas exibições das escolas bombinenses,
preparadas com muito zelo, destaque para os Bois de Mamão do Maria
Rita Flor e da Apae de Bombinhas e Porto Belo.
O
desfile etnográfico que aconteceu na Rua Leão Marinho, bairro José
Amândio, no sábado pela manhã, foi uma atração a parte, pois
reuniu todos os grupos que vieram para o Açor e mais as escolas
locais, que simplesmente arrasaram com suas coreografias, figurinos,
cantorias e principalmente, a participação intensiva da comunidade
escolar como um todo, destaque para pais e alunos que abraçaram e
fizeram um espetáculo nunca visto antes.
A
Missa do Encontro da Bandeiras e da Folia do Espírito Santo no
domingo, até então nunca realizada no município, na Igreja Matriz
Nossa Senhora da Imaculada Conceição, não poupou ninguém, muita
emoção, fé, tradição, história e lágrimas em todos os
momentos. O assessor jurídico da Câmara de Vereadores de Bombinhas,
Ramon Souza, resumiu o sentimento geral: “Foi a missa mais linda
que eu já vi. Passarão muitos anos e eu acredito que não verei uma
missa tão bonita como aquela”, ainda, ressaltou a competência da
FMC. “A gente não espera surpresas de vocês, já não mais nos
surpreendem, se superam cada vez mais”.
O
visitante brusquense Renato Dias falou que de todas as festas
temáticas em que esteve, o Açor em Bombinhas foi a melhor. Frisou
que a valorização da cultura o surpreendeu. “Não imaginei que
seria tão lindo, estou encantado. Uma festa familiar, sem bebedeira,
baderna, onde crianças, anciões, pessoas de todas as idades se
divertiram muito”.
O
sentimento de quem participa desde o início do festejo, aliás um
dos criadores do acontecimento e coordenador estadual em todos os
anos, Joi Cletison, foi o termômetro da festa. “Sempre quisemos
fazer um Açor perfeito, do jeito que tínhamos sonhado, conseguimos
realizar em Bombinhas, depois de 21 anos de festejo”. Joi
aproveitou a 22ª Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina para
comunicar que este foi sua última, como organizador e Coordenador do
Nea, pois se aposenta em março. “Depois do evento em Florianópolis
tomei esta decisão, eu tinha o compromisso com Bombinhas e por isso
fiquei até agora”, declarou que o conhecimento adquirido em todos
estes anos estará a disposição do novo organizador e fará todo o
possível para ajudar, ressaltou que encerra uma trajetória com
chave de ouro. “Fizemos a melhor festa de todas, em todos os
aspectos aqui foi a melhor, conseguimos envolver toda a comunidade,
quando pensamos no Açor era pra ser todos assim”.
A
prefeita Paulinha, o vice Paulinho e Nívea Maria da Silva Bücker,
emocionados encerraram o festejo com uma homenagem a Joi Cletison,
que em lágrimas foi ovacionado pelos presentes. “Não podemos
fechar este evento sem prestar toda a nossa gratidão ao grande homem
que dedicou 22 anos de sua vida pela cultura de base açoriana”,
também destacou a importância do festejo para a população
bombinense e o legado que deixa: “O mais bonito e surpreendente foi
que a nossa comunidade se apropriou do acontecimento, abraçou
conosco a festa, que é da população. Não é do Nea, da
prefeitura, da Ufsc ou da Fundação de Cultura, é da comunidade. E
nós fizemos tão pouco, apenas oportunizamos”, ressalta Paulinha.
O
23º Açor ainda não tem previsão de acontecimento ou de
cidade-sede. Já Bombinhas, guardará para sempre a beleza, alegria e
a emoção de sediar um Açor.